quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Escrever o Malfadado Business Plan Parte 2: O resumo

Leia a primeira parte aqui.


No artigo anterior recorri a alguns argumentos - que me pareceram suficientemente fortes – no sentido de apelar à redacção de um business plan, quer para angariar capital quer para a condução do negócio. Se for para ficar a ganhar pó, não faça um business plan. Este dever ser um documento vivo. Deve ser o GPS que o conduzirá à sua Visão. Actualize-o todos os anos.

Este conjunto de artigos decorre, por um lado, da minha experiência profissional e, por outro da leitura de “The Successful Business Plan: Secrets & Strategies” de Rhonda M. Abrams e “Keys to the Vault” de Keith J. Cunningham.

Convença o leitor a ler o business plan
A razão de ser do resumo é habilitar potenciais investidores com uma visão global da oportunidade de negócio com o objectivo de estimular o seu interesse em investir. O resumo é a primeira coisa que alguém irá ler. E, convenhamos, para alguns leitores será mesmo a única parte que lerão – sobretudo se se tratar de um profissional com ampla experiência e muito contacto com business plans. Estima-se que um analista de uma empresa de business angels ou private equity apenas leia para além do resumo 5% dos business plans que lhe vão parar à secretária… Daí ser tão importante que o resumo do seu business plan contenha um verdadeiro apelo à leitura do que vem a seguir! Escreva-o depois de ter o plano completo. Mesmo que o seu objectivo ao preparar um business plan não seja o de procurar capital de investimento, escreva-o como se fosse. Dessa forma, irá empenhar-se em condensar numas quantas páginas a resposta às seguintes questões – respostas que, em boa verdade, todos os empresários deveriam conhecer -:

Quem é? Os investidores investem mais nas pessoas do que nas ideias. É a execução de uma ideia que separa o sucesso do fracasso. Foque-se nos sucessos passados – seus e da sua equipa -, nas conquistas, experiência e competências.

O que faz para criar valor? Explique-o de uma forma clara e simples ao leitor. Procure o que contribui para a sua originalidade, nomeadamente registos de propriedade intelectual, se for o caso.

Em que ponto está neste momento? Quanto se aproximou da sua Visão? Que objectivos já atingiu?

Para onde vai? Qual é o derradeiro, o supremo objectivo da sua empresa? Qual é a sua razão de existir?

Quem precisa de si? – O seu mercado-alvo, a necessidade que a sua ideia de negócio satisfaz.

Quantos precisam de si? – A dimensão potencial do seu mercado.

Como sabe que precisam de si? Quanto precisam de si? – Comprove que se avançar com a sua ideia de negócio, os clientes vão aparecer. Inclua experiências piloto, entrevistas a potenciais clientes ou estudos de Mercado que suportem a sua proposta única de valor.

Como vai falar de si ao seu mercado-alvo? – A sua proposta única de venda (PUV) e o seu plano de marketing.

Como vai entregar o seu produto ou serviço ao mercado? – O seu plano de distribuição e operações. Tem economias de escala?

Quem, para além de si, o faz? Todos os negócios têm concorrência, mesmo que seja por um punhado de cêntimos… Qual é a sua vantagem competitiva?

Quais são os riscos? – O que é que pode correr mal? Quais são os imponderáveis?

Quais são as recompensas? – ROI (return on investment) estimado para os investidores, para si, para a sua equipa.

De que é que necessita? – Montante de capital necessário para atingir a sua próxima meta.

Qual é a saída? Não comece um negócio sem um plano de saída, tanto para os investidores como para si próprio.

No resumo, inclua respostas sintéticas a estas questões. Escreva uma história clara, concisa, apelativa e convincente. Faça o seu trabalho de casa para preparar a resposta a estas questões e o seu business plan quase que se escreverá sozinho. Ainda que não necessite de capital, ainda que não esteja à sua procura, escreva o resumo do seu business plan com o objectivo claro de provar ao leitor que o seu conceito de negócio faz sentido, que a estrutura de gestão é capaz e competente, que possui vantagens competitivas face a uma verdadeira necessidade do mercado, que um eventual investidor vai encontrar aqui uma oportunidade de obter um interessante retorno do investimento.

Não perca o artigo da próxima semana, onde entraremos a fundo no desenvolvimento do primeiro ponto do business plan: a empresa.


Alfredo Allen Valente
Business Coach
Dúvidas ou questões: 918038644 ou alfredovalente@actioncoach.com

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Escrever o malfadado business plan - parte 1

“Oh não! Não quero escrever um business plan, não me obriguem…”

Poucas pessoas ficam eufóricas perante a ideia de escrever um business plan. Digo poucas porque há quem, de facto, goste de criar business plans. Eu sou uma dessas pessoas. Escrevi já uns quantos; alguns para instituições sem fins lucrativos, outros para testes de viabilidade e outros ainda para sossegar de algumas preocupações.

De facto, é um trabalho “laboratorial” e, por vezes, um bocadinho maçador. No entanto, criar um business plan para o lançamento de um novo negócio ou gestão de um existente é tão importante quanto saber que caminho tomar ao iniciar uma viagem. Um business plan bem concebido acompanhá-lo-á durante muitos anos, requerendo normalmente apenas uma pequena actualização anual.

A concentração e esforço envolvidos na criação de um business plan mais do que compensam, já que:

• Determinará a viabilidade de um conceito de negócio

• Validará e/ou quantificará o Mercado e a oportunidade

• Ficará claro o destino e terá um plano a seguir para lá chegar

• Obterá o capital necessário com maior facilidade

• Comunicará 3 dos 6 ingredientes fundamentais das equipas de sucesso:

o O objectivo comum
o As regras do jogo
o O plano de acção

• Estimulará a capacidade de concentração, evitando armadilhas

• Possuirá as bases de que necessita para agilizar a tomada de decisão

São precisos mais argumentos? Consigo encontrar mais uma dúzia deles...

Pilotava um avião sem plano de vôo?
O fundamental da questão é o seguinte: se pretende criar um negócio com uma base sólida, escrever um business plan e actualizá-lo anualmente é essencial. Nesta altura pode estar a pensar: “Não sei como nem tenho tempo para fazer um business plan.” Viajaria num avião cujo piloto achasse que não tinha tempo para fazer um plano de voo? Há vidas em jogo num avião, é certo. Mas não há também vidas em jogo no seu negócio, incluindo a sua?... Se ainda não estiver convencido contacte-me e discutiremos o assunto. Agora vamos ao trabalho: eis como escrever um business plan.

Partiremos do princípio, nesta abordagem, de que está a ponderar iniciar um negócio. Se tem já um negócio, a maior parte das coisas que escreverei são igualmente aplicáveis. Ignore o que não o for.

Começar pelo fim, não pelo princípio
Por onde começo? Como diz Steven Covey: “Comece com o fim em mente.” Ou, como afirmou Michael Gerber: “Não entre num negócio sem uma estratégia de saída”. Comece por esboçar uma ideia de onde quer que a sua empresa esteja daqui por uns anos. Depois determine o seguinte: viabilidade da ideia de negócio, necessidades de capital e estrutura de gestão. Simultaneamente, defina quem vai ser o seu “conselho de administração” que o vai acompanhar, ou seja, o conjunto de pessoas que pode ajudá-lo a validar as suas ideias e a quem prestará contas.

Escrever o business plan
Está agora em condições de começar o trabalho de passar o plano para o papel. O componente mais interessante deste processo é o facto de o forçar a concentrar os seus pensamentos, que fluirão através da caneta. Ou, dado que é mais provável que utilize um teclado de computador, através dos seus dedos.

Um business plan consiste no seguinte:

• O resumo (aparece em primeiro lugar no documento mas deve ser a última coisa a ser escrita)

• A empresa

• A oportunidade (Produtos e/ou Serviços)

• O plano de marketing

• O plano de operações

• Gestão & Organização

• O plano de saída (riscos & recompensas)

• O plano financeiro

• Os anexos

Coloque cada secção do plano numa sequência lógica e organize-as num índice – que antecede o resumo. O plano de saída deve aparecer em último lugar, seguido pelas demonstrações financeiras detalhadas e pelos anexos (que tenham sido referidos durante o plano).

É tudo uma questão de valor
Apesar de todo o valor de um bem preparado business plan, não se esqueça que o maior valor está no seu processo mental, nas perspectivas e conhecimentos adquiridos durante a sua elaboração. Este processo irá transformá-lo num melhor líder. O seu business plan constituirá o mapa da gestão do seu negócio e permitir-lhe-á elaborar planos de acção a 90 dias para si e para a sua equipa que o conduzam à sua Visão do negócio – aumentando o valor para si e para os investidores.

Não perca a segunda parte deste artigo, já na próxima semana.

Alfredo Allen Valente
Business Coach
Dúvidas ou questões: 918038644 ou alfredovalente@actioncoach.com

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Coaching ou Consultoria?



1. Se se encontra entre aqueles para quem não fica claro o que é isso do business coaching;

2. Se já pensou em ir a um dos nossos eventos mas não o fez porque achou que o iríamos obrigar a fazer investimento qualquer;

3. Se acha que precisa de ajuda, mas não sabe se deve escolher entre um coach e um consultor,

Este e-book é para si.

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