terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Chega ao fim um ano de desafios. Um ano que pôs à prova as nossas capacidades, as nossas forças. Para alguns terá sido, eventualmente, demasiado difícil.

Esses, muito provavelmente, culparão a “crise”, apaziguando a sua consciência.

Encontrarão, este ano por maioria de razão, nos factores externos todas as explicações para o insucesso.

A verdade, no entanto, é que a crise não os tornou incompetentes! Terá, isso sim, deixado a descoberto as fragilidades que já existiam e que vinham sendo disfarçadas pelos mercados. Enquanto os mercados ajudaram…

O ano de 2010 não nos tornará a vida mais fácil enquanto empresários. E, se o tornar, o que perdemos em estarmos preparados? Nada!

A estratégia que montarmos a contar com mercados recessivos permitir-nos-à vencer caso a conjuntura seja mais favorável.

É tempo, então, de prepararmos o ano que aí vem.

O que quer que aconteça, ao seu negócio e a si pessoalmente, em 2010?

Recordava-me há dias o meu coach, Paulo Vilhena, dos princípios básicos de gestão do destino e que aqui partilho convosco.

Princípio nº 1 – Não se começa um ano sem antes o ter terminado.

Princípio nº 2 – Não se começa um mês sem antes o ter terminado.

Princípio nº 3 – Não se começa uma semana sem antes a ter terminado.

Princípio nº 4 – Não se começa um dia sem antes o ter terminado.

Tendo presentes estes princípios, a sugestão que Vos faço é que, ao começar 2010, o terminemos.

Quero com isto dizer que devemos deixar claro – e escrito – tudo aquilo que queremos que aconteça, que queremos fazer acontecer, durante o ano de 2010.

Sabe que apenas 3% dos empresários tem os seus objectivos reduzidos a escrito?

E sabe que esses 3% são responsáveis por 90% da riqueza produzida?

É verdade: definir claramente os objectivos e reduzi-los a escrito é um grande passo no caminho do sucesso! Tem a certeza que quer deixar por dar esse passo de gigante? Tem a certeza que vale a pena correr o risco de não o fazer?

Ainda que não acredite, o que perde se tentar?

À pergunta “o que vai fazer em 2010” ouço muito frequentemente a resposta “vou dar o meu melhor”.

Tendo a responder de volta: “o melhor comparado com o quê?”.

Estou profundamente convencido, muito embora não tenha estudos que o comprovem, que a maior parte dos empresários que viram as suas empresas encerrar em 2009 dirão que “deram o seu melhor”.

Na verdade, e na actual conjuntura de mercados, o melhor não chega.

Então o que chega? Na minha opinião, chega o que estiver previsto em condições reais de mercado. Chega atingir o que estabelecer como metas. Chega conseguir aquilo a que se comprometer.

Comprometa-se consigo mesmo!

Dar o melhor não é um bom objectivo.

Um bom objectivo tem que, em primeiro lugar, ser específico. Ser feliz ou dar o melhor, ainda que nobres, são pouco específicos enquanto objectivos.

Substitua “ganhar mais dinheiro” por “ganhar ‘x’ mil euros”.

Troque “aumentar as vendas” por “aumentar as vendas em 10%”. Seja específico.

Tenha também presente que, para além de específicos, os seus objectivos devem ser mensuráveis, traduzíveis em números. Quer no ponto de partida, quer no crescimento, quer no ponto de chegada.

Para serem bons objectivos, devem ser atingíveis. Se forem excessivamente ambiciosos, corre o risco de ditar a sua própria decepção, desmotivando-se a si e à sua equipa. Se, pelo contrário, forem excessivamente conservadores não o moverão. Exigentes, sim, mas atingíveis.

Assegure-se de que os objectivos que define estão orientados para um resultado num espaço de tempo claramente definido e limitado - o que vou atingir e até quando.

Depois de traçar os seus objectivos e de os escrever, reveja-os com espírito crítico.

São suficientemente motivadores? Sente-se pessoal e profissionalmente envolvido?

Não menos importante do que definir os objectivos é ter a clara noção da sua relevância e do seu impacto nos diversos aspectos da sua vida.

Qual a importância, para si mesmo, de os atingir?

Se os objectivos que traçou lhe deixam claro o destino, perceber o impacto e a importância de os atingir faz com que avance.

Se os objectivos são o “mapa”, o porquê é o “veículo”.

Definidas as metas, clarificada a sua importância, o que tem que fazer para lá chegar?

Como numa qualquer viagem, o mapa e o veículo não são suficientes. Precisa de escolher o caminho a percorrer entre dois pontos – a partida e a chegada.

Escolha pontos intermédios por forma a que, a cada momento, fique claro para si em que fase do caminho está. Não se esqueça que o melhor caminho entre dois pontos nem sempre é uma linha recta. Nem sempre é o mais curto.

Escolha objectivos intermédios que lhe permitam monitorizar permanentemente a sua viagem.
Se, caro empresário, leu este artigo até este ponto e considera ter tudo o que precisa para avançar tenho uma notícia para si: está enganado!

Sabe para onde vai, de que forma, por que caminho.

O que falta então?

Um último, mas não menos importante, exercício.

Lanço-lhe, então, um desafio: pensar o que em si tem que mudar para atingir os objectivos. Que tipo de pessoa, de empresário, tem que ser para lá chegar.

Ou, recuperando a analogia da viagem, que tipo de condutor quer ser. O agressivo e rápido ou o sereno e seguro?

A viagem é para ser feita por si. As escolhas são suas.

Diminua a dimensão daquilo que deixa ao acaso e o sucesso será seu.

Excelentes viagens em 2010!

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